Folga

Em alguns dias de folga, sempre que consigo, gosto de estar junto de minha posse.
Seja para que for.
Muitos no meio, que se dizem praticantes vivenciados, vem com a ideia de que o meio só é válido quando vivido dentro do contexto daquilo que eles chamam de D/s verdadeira.
Ou seja, somente dentro de um contexto BDSM onde só pode existir a hierarquia.
Isso numa 24/7 é até válido, no entanto, esquecem que dentro de uma relação BDSM existem sim seus momentos baunilhas.
Por que não posso cozinhar com minha posse, ou assistir a um filme, ou levá-la para passear no parque?
Isso vai me desmerecer enquanto homem e praticante de BDSM?
Para alguns sim!
Aprendi muito com meu tempo no meio e posso falar com ganho de causa e vivência, essa relação cultuada aos quatro cantos, gritada ao mundo no bdsm brasileiro, que prega somente as práticas dentro de uma D/s, ou somente a hierarquização, quase nunca dá certo.
Pode funcionar?

Claro que pode, mas em sua maioria, as pessoas acabem por sentir que aquilo está incompleto.
Uma posse precisa sim, de atenção, de cuidados e de momentos únicos com seu dono.
Isso serve para estreitarem os laços, para se conhecerem melhor, para criar afetividade entre AMBOS.
Quando alguém diz que o BDSM não leva isso em conta, realmente passa a impressão, ou de falta de estudos, ou de ser um aproveitador.
Já vi muitos dizerem que BDSM não tem relação, que é somente prática, neste caso, está tendo uma avulsa ou playpertner com alguém.
Vi alguns dizerem também que na relação BDSM não existe sexo nem sentimentos.
Haaaaa Stavale, mas você vive dizendo que nas práticas não precisa ter sexo.
Sim, nas práticas, dentro do BDSM realmente não precisa.
Mas aqui estou falando de um espectro mais amplo, de uma relação D/s já estabelecida, onde vivem uma PPE ou TPE.
São questões que levam ao engano, pois tudo no BDSM é sentido de maneira mais ampla, então os sentimentos também.
Espero ter ajudado.
Beijos e abraços.
Dom Stavale